O melhor profissional é aquele que não sabe o que fazer.

Em um mundo que se move com rapidez, aqueles que têm a coragem de dizer “eu não sei” são, paradoxalmente, os que realmente sabem. Imagine-se na posição de contratar um profissional porque precisa de orientação, de uma solução, de um novo rumo a seguir. Se você já passou ou está passando por isso, posso afirmar: o melhor profissional é aquele que admite não saber o que fazer ou para onde ir.

Processos de recrutamento e seleção frequentemente nos bombardeiam com uma lista extensa de requisitos a serem observados: histórico profissional, tempo em cada cargo, combinação de experiências, competências técnicas e comportamentais, conquistas, entregas, entre outros. No entanto, há um aspecto frequentemente negligenciado, mas de imenso valor: a capacidade do candidato de dizer “eu não sei”. Surpreendentemente, é essa honestidade que pode nos levar além.

Não estamos falando apenas dos profissionais experientes, com currículos robustos e amplo conhecimento técnico. Essa é uma qualidade que todos os líderes de hoje – e do futuro – devem possuir: a humildade de admitir que não sabem, que não têm todas as respostas.

Se considerarmos que competência é uma combinação de conhecimento e habilidade, podemos concluir que o conhecimento é adquirido por meio de informação, enquanto a habilidade se desenvolve com a prática. Por exemplo, para se tornar um violonista habilidoso, é necessário estudar (adquirir conhecimento) e praticar (desenvolver habilidade). Contudo, quando se trata de buscar soluções inovadoras, há um passo crucial que precede qualquer resposta: a admissão da ignorância. É a corajosa declaração de “eu não sei”, dita com convicção.

Aqueles que ousam dizer “eu não sei” estão se preparando para buscar novas soluções, explorar novas saídas, e estão abertos a possibilidades ilimitadas. Enquanto a experiência e o conhecimento podem mantê-los em uma rota familiar, a disposição de admitir a ignorância abre as portas para territórios inexplorados – o passo inicial para criar soluções e buscar o novo.

Dizer “eu não sei” demonstra humildade, honestidade e autoconsciência. Essa atitude não esconde a ignorância atrás de respostas vagas. Pelo contrário, ilumina a originalidade, inspira confiança, promove transparência sobre limitações e fortalece a tomada de decisões e o pensamento crítico.

Acredite: a objetividade no mundo empresarial exige pouca reflexão e pensamento profundo. Mesmo as chamadas ações estratégicas raramente demandam grandes construções intelectuais. Em geral, soluções são copiadas e modelos são replicados, com uma pequena dose de customização. Isso não é ser original. A originalidade reside, essencialmente, na arte de reconhecer a própria ignorância. Dominar essa arte é sinal de maturidade intelectual – uma condição essencial para a singularidade.

Tem saída!

Lembre-se: da próxima vez que você estiver buscando um talento para te ajudar a encontrar caminhos e tiver o privilégio de escolher, valorize aquele que tem a humildade de dizer que não sabe. Ele pode ser o melhor para te guiar no desconhecido.

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